PL2630: O Dia Depois da Não-Votação

Governo perdeu força no debate sobre um projeto de lei para regulamentar as grandes empresas de tecnologia.

1 - o adiantamento da votação do PL2630 jogou água no chopp dos apoiadores do projeto.

2 - tirando palpiteiros de canais de YouTube e Twitter, segue havendo uma divisão entre especialistas. Muitas organizações apoiam, tantas outras apontam pontos problemáticos.

3 - ignorando a campanha e o boicote sistemáticos das plataformas contra favoráveis ao “PL das Fake News”, mais uma vez o campo chamado de “esquerda” foi incapaz de pautar o debate.

4 - mesmo uma semana antes da votação, quando a situação era inclusive favorável a quem apoiava o PL.

5 - por outro lado, Twitter, Google e Meta mostraram um modus operandi similar ao da extrema-direita (e buscaram aliados dentro dela).

6 - o governo, com sua ideia republicana do século XIX, não quis se meter (ou não sabia como? Ou existem ministros com má vontade?).

7 - as “esquerdas” seguem em negação e, ao invés de assumir a incapacidade de entender as lógicas das plataformas, ataca sempre o duto de dinheiro que deságua nos perfis engajando certas campanhas.

8 - as eleições de 2022 mostraram que existem formas de driblar muitos algoritmos.

9 - se o governo comprou uma briga que não estava preparado para seguir, são outros quinhentos. 10 - Lira também revelou uma fragilidade com consequências desconhecidas. Até agora, oposição e Big Techs saem com vantagem e o ego inflado.

11 - alguns apostam as fichas no STF decidindo a constitucionalidade ou não do artigo 19 do Marco Civil da Internet, mas parece que Alexandre de Moraes tá interessado em não só decidir isso, mas avançar sobre outros assuntos.

12 - ou o ministério da justiça, que fala em defesa do consumidor e se esquece (ou desconhece?) conceitos mais contemporâneos presentes do MCI, por exemplo.

12 - os apoiadores do PL precisarão agora ver como voltar a propor a sua votação com apoio de atuais críticos e mais estratégia nas redes sociais.

14 - conhecendo as limitações técnicas do STF e o Ministério da Justiça para o assunto, corremos o risco de que suas “soluções” não sejam diferentes de um equívoco ainda pior que a atual versão do PL2630.

15 - O governo precisa acreditar na briga que compra. Parte do congresso precisa abrir o diálogo sobre o conteúdo e estratégias pra viajar o apoio ao PL2630.

16 - Big Techs não foram eleitas e precisam ser substituíveis pra evitar esses tipos de chantagens e agressões à soberania de um país.